segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
domingo, 6 de dezembro de 2009
Há muito persigo belas palavras.
Não presumiria que fossem diretas;
Quereria que fossem misteriosas
Em tom de promessa a ser cumprida:
Que trouxessem o encanto
Das verdadeiras reticências,
Nem melancólicas, nem otimistas...
Sóbrias e ressonantes,
Que fossem forjadas no fogo da insanidade
E no cálice das vinganças
Para que jamais fossem esquecidas:
Seriam vibrantes e iminentes do sentimento
De multidões inflamadas...
E não seriam únicas,
Seriam insinuantes:
Palavras que alcançassem
A condição de tudo aquilo que não passa,
Breves na sonoridade
Porém lúcidas de futuro...
Não presumiria que fossem diretas;
Quereria que fossem misteriosas
Em tom de promessa a ser cumprida:
Que trouxessem o encanto
Das verdadeiras reticências,
Nem melancólicas, nem otimistas...
Sóbrias e ressonantes,
Que fossem forjadas no fogo da insanidade
E no cálice das vinganças
Para que jamais fossem esquecidas:
Seriam vibrantes e iminentes do sentimento
De multidões inflamadas...
E não seriam únicas,
Seriam insinuantes:
Palavras que alcançassem
A condição de tudo aquilo que não passa,
Breves na sonoridade
Porém lúcidas de futuro...
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Os discuros diversos
Desde que a iconoclastia pairou sobre a humanidade, tudo tem experimentado o sabor da incerteza. Os cânones do passado não foram de todo esquecidos e, no entanto, figuram como ruínas que, no mais, contam algo do que já foi e sua influência pulverizada no presente. E no centro de todas essas transformações está o indivíduo frente a uma sociedade complexa, coercitiva diante da competição entre seus pares e amorfa no que concerne aos mecanismos supra-individuais, aqueles que colocam os grupos sociais diante das mesmas preocupações e desafios.
À frente desse quadro, vigoram os discursos mais variados, diversos: religião, ciência, ceticismo etc., disputam a opinião das pessoas, formando um imaginário social cada vez mais multifacetado. Um mesmo indivíduo, atualmente, professa as mais díspares crenças: é cristão, mas tem inconscientemente o lema da competição porque precisa ser o melhor no mercado de trabalho...
No que diz respeito ao papel da ciência, já que a nossa sociedade a tem como oráculo das nossas vicissitudes, os doutos debatem entre si e de suas descobertas parecem sobressair as dissidências (é fundamental à ciência discordar, problematizar e, por fim, criticar): no lugar das velhas práticas, uma postura é requerida, só que parece tanto fazer existir como não existir... O que se problematiza aqui é aquilo que os discursos têm suscitado: eles parecem não procurar um ponto de convergência para que certos cânones sejam estabelecidos como pontos de partida para as ações humanas. Parece que a velha arenga, a discussão pela discussão, é o que predomina.
Os discursos científicos não têm necessidade de encontrar um problema comum através do qual as diversas vozes lançariam suas descobertas e previsões, mas supõe-se que os diversos problemas de nossa sociedade deveriam ser discutidos a partir de valores comuns entre aqueles que problematizam as relações humanas para que estas não sejam apreendidas pelo prisma da dissidência entre os indivíduos: o que importa é que certos valores devem ser transmitidos conjuntamente para que o imaginário social seja recriado na direção contrária à do atual momento de ausência de valores comuns.
Pois diversos são os problemas de nossa sociedade, alguns mais graves: meio ambiente, talvez o mais urgente, violência e depressão, são problemas que denotam a ausência de uma postura individual que reverbere ações coletivas; por isso, se é a ciência a grande voz da atualidade, seus discursos devem ser entremeados por valores convergentes, singulares em suas proposições para que congreguem os indivíduos em perspectivas coletivas. Não menos importante nessa postura é o posicionamento de cada indivíduo: já que a humanidade atingiu certo grau de discernimento, cada um deve ter uma postura tal que suas ações canalizem interesses mais abrangentes. É uma forma de viabilizar a construção de um imaginário social mais solidário...
Como metáfora do que foi dito, deixo como sugestão de leitura o subtítulo “A Ceia” da novela Zadig do filósofo Voltaire.
À frente desse quadro, vigoram os discursos mais variados, diversos: religião, ciência, ceticismo etc., disputam a opinião das pessoas, formando um imaginário social cada vez mais multifacetado. Um mesmo indivíduo, atualmente, professa as mais díspares crenças: é cristão, mas tem inconscientemente o lema da competição porque precisa ser o melhor no mercado de trabalho...
No que diz respeito ao papel da ciência, já que a nossa sociedade a tem como oráculo das nossas vicissitudes, os doutos debatem entre si e de suas descobertas parecem sobressair as dissidências (é fundamental à ciência discordar, problematizar e, por fim, criticar): no lugar das velhas práticas, uma postura é requerida, só que parece tanto fazer existir como não existir... O que se problematiza aqui é aquilo que os discursos têm suscitado: eles parecem não procurar um ponto de convergência para que certos cânones sejam estabelecidos como pontos de partida para as ações humanas. Parece que a velha arenga, a discussão pela discussão, é o que predomina.
Os discursos científicos não têm necessidade de encontrar um problema comum através do qual as diversas vozes lançariam suas descobertas e previsões, mas supõe-se que os diversos problemas de nossa sociedade deveriam ser discutidos a partir de valores comuns entre aqueles que problematizam as relações humanas para que estas não sejam apreendidas pelo prisma da dissidência entre os indivíduos: o que importa é que certos valores devem ser transmitidos conjuntamente para que o imaginário social seja recriado na direção contrária à do atual momento de ausência de valores comuns.
Pois diversos são os problemas de nossa sociedade, alguns mais graves: meio ambiente, talvez o mais urgente, violência e depressão, são problemas que denotam a ausência de uma postura individual que reverbere ações coletivas; por isso, se é a ciência a grande voz da atualidade, seus discursos devem ser entremeados por valores convergentes, singulares em suas proposições para que congreguem os indivíduos em perspectivas coletivas. Não menos importante nessa postura é o posicionamento de cada indivíduo: já que a humanidade atingiu certo grau de discernimento, cada um deve ter uma postura tal que suas ações canalizem interesses mais abrangentes. É uma forma de viabilizar a construção de um imaginário social mais solidário...
Como metáfora do que foi dito, deixo como sugestão de leitura o subtítulo “A Ceia” da novela Zadig do filósofo Voltaire.
domingo, 8 de novembro de 2009
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
terça-feira, 8 de setembro de 2009
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Sombras
Eu revisitei a sombra das árvores
Depois de ter visitado a sombra dos homens:
Quão mais afável é
E também mais simples de entender,
Pois nela se sente abrigado
E é só, e é tudo!
Na sombra dos homens se sente obrigado
E é de difícil entendimento:
E se é só, e se é tudo.
Mais um dia...
Tudo no seu devido lugar:
Aquela lembrança de um dia
Estilhaçada nalguma vidraça,
O sol sustentando-se no alto céu
E a vida migrando de um lado a outro.
Chegando a noite,
Ouve-se o murmúrio de um algo perdido,
E tudo fica parado
Como que esperando para recomeçar:
É nesse momento que os segredos são sussurrados
E os sentidos se dilatam
Para espreitar o silêncio
Divagando alguns passos na rua:
Toc, toc, toc, toc, toc, toc, toc...
Soneto em dor menor
E mesmo a placidez do velho monte,
O lento andar do fogo pelo lenho,
O rio que sempre passa sob a ponte,
O rochedo em que o tempo fez desenho,
Também me mostram o que não retenho
Da límpida palavra de uma fonte,
Do pensamento mudo do horizonte:
A voz que falta ao canto a que me empenho...
E quando o sol fulgura desde cedo,
E quando o vento traz outra estação,
É quando me conta o tempo um segredo
De que a voz faltará à minha canção
Como inda há de se apagar do rochedo
O que fez ele e o mais sem conclusão...
Eu revisitei a sombra das árvores
Depois de ter visitado a sombra dos homens:
Quão mais afável é
E também mais simples de entender,
Pois nela se sente abrigado
E é só, e é tudo!
Na sombra dos homens se sente obrigado
E é de difícil entendimento:
E se é só, e se é tudo.
Mais um dia...
Tudo no seu devido lugar:
Aquela lembrança de um dia
Estilhaçada nalguma vidraça,
O sol sustentando-se no alto céu
E a vida migrando de um lado a outro.
Chegando a noite,
Ouve-se o murmúrio de um algo perdido,
E tudo fica parado
Como que esperando para recomeçar:
É nesse momento que os segredos são sussurrados
E os sentidos se dilatam
Para espreitar o silêncio
Divagando alguns passos na rua:
Toc, toc, toc, toc, toc, toc, toc...
Soneto em dor menor
E mesmo a placidez do velho monte,
O lento andar do fogo pelo lenho,
O rio que sempre passa sob a ponte,
O rochedo em que o tempo fez desenho,
Também me mostram o que não retenho
Da límpida palavra de uma fonte,
Do pensamento mudo do horizonte:
A voz que falta ao canto a que me empenho...
E quando o sol fulgura desde cedo,
E quando o vento traz outra estação,
É quando me conta o tempo um segredo
De que a voz faltará à minha canção
Como inda há de se apagar do rochedo
O que fez ele e o mais sem conclusão...
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