quarta-feira, 25 de julho de 2012

Inventário

E de súbito, tudo outra vez!
A outra vez confundida
Com outrora,
Outorgada pelos ventos outonais...

Outra vez a noite surgida
Do escuro de minhas mãos,
Trêmulas agora bastou
O sussurro esquálido da tempestade
Tatear as frestas da janela.

Outrossim, a réplica insana
No vulto malogrado,
A morte comum do malfadado,
O esquivo que flutua
Por entre táticas milimétricas...

É sempre outra vez
No mundo dos encontros fugidios.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Sei que nunca terei o que procuro

Sei que nunca terei o que procuro
E que nem sei buscar o que desejo,
Mas busco, insciente, no silêncio escuro
E pasmo do que sei que não almejo.


                           (Fernando Pessoa)